sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mocidade

Os falsos amores que vigiam
Aquela escondida solidão
Risonhos, sorrindo iam
Admirar do peito a imensidão.

Imbebido em lágrimas de amor
Soluços ofegantes se vão
Lançados no infinito como um abrigo
Pra bem longe de um coração.

E na areia, escrito singelo
Ao passo que nem o mármore apaga,
O que será escrito de belo
No futuro onde nada se rasga?

Devaneio estranho da dor
Perdendo o tino e a liberdade,
O que será das fotos sem cor?
O que restará na saudade?

Abraço apertado que lembro
Com afago e tranqüilidade
É só esse um simples momento
É a lembrança da minha mocidade.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Fora de Moda

Não há flores na porta nem serenata na janela.
Só o bilhete amarrotado na bolsa da moderna cinderela,
Com endereço, telefone e MSN pra conversar.
Parece que hoje não precisa estar-se junto para gostar.
Risadas dali, indiretas daqui, vamos à algum lugar?
Se conhecer, bater um papo, que mal nisso há?
Selando as mãos n'algum lugar, que não são mais nas mãos
E fingir-se loucos, apesar de sãos.
Depois sempre a desculpa que foi impulso
E ao sentimento um grande insulto que não esquecerá.
E faço minhas as palavras de outro:
'Parece que para todo mundo é o sexo que importa.
Será que amor está fora de moda?'